Blend e Padronização da cachaça

São tantas as marcas de cachaça no mercado que fica difícil escolher só uma. Existem  tipos diferentes para todos os gostos, podem mudar tanto em relação ao aroma quanto ao sabor e a cor, há aquelas com sabor mais adocicado, outras com sabor mais torrado entre muitos outros.

Isso acontece graças aos processos de blend e padronização. É claro que o resultado  somos nós consumidores completamente indecisos sem saber qual cachaça levar.

 

O que é o Blend?

 

O blend ou mistura, é um processo utilizado para quem deseja ter uma cachaça diferenciada e com uma identidade própria, é através dele que conseguimos buscar a harmonia na cachaça.

Dificilmente uma cachaça recém saída da destilação terá a qualidade necessária para o consumo, podendo haver um desequilíbrio, por isso é importante que ela passe por um “descanso” ou o que chamamos de envelhecimento. Toda cachaça deve descansar por um período mínimo de 3 a 4 meses antes de ser consumida.

No processo de envelhecimento são utilizados diversos tipos de madeiras diferentes, mas mesmo assim a cachaça ainda pode sair do tonel com alguma desarmonia. Pode ter ficado muito adocicada, muito amarga ou muito escura, por exemplo.

Daí a importância do blend, no qual podemos fazer várias misturas para  se chegar a um equilíbrio.

É nesse equilíbrio que toda a magia acontece, o produtor pode criar combinações diferentes, mesclar aromas, colorações e sabores, e assim criar uma marca ou um produto  que pode cair no gosto popular. Para que isso aconteça precisamos saber trabalhar corretamente com cada tipo de madeira, saber suas características e em que elas vão influenciar na sua bebida.

A cachaça é o único destilado que pode ser envelhecido em mais de 30 madeiras diferentes, possibilitando inúmeras características sensoriais diferentes.

Veja abaixo uma roda de aromas, como por exemplo os aromas de especiarias, torrados, de castanha, que são muito provenientes da madeira:

www.cachacie.com.br/ultimas-noticias/roda-sensorial-da-cachaca-por-dra-aline-bortoletto/
           

Existem aquelas madeiras que são mais fáceis de trabalhar como a amburana e o carvalho, que são as mais usadas, elas transferem naturalmente paladares adocicados, já outras que necessitam de um maior cuidado como a castanheira, bálsamo, jatobá, ipê e o jequitibá que se for muito novo pode transferir um paladar amargo.

Dito isso, quem faz o blend não precisa ficar restrito a amburana e o carvalho, e sim misturar mais madeiras que criarão uma bebida com personalidade provocando sensações diferentes no consumidor, especialmente entre aqueles que estão em busca de novas experiências em relação a cachaça.

 

Mas calma que a função do blend não para por aí…

 

Uma das principais funções dessa etapa é a possibilidade de padronizar seu produto para que ele sempre apresente as mesmas características sensoriais em todos os seus lotes.

Além de ajustar o paladar, aroma e equilíbrio, para não ficar muito alcoólico ou muito amadeirado, com o blend também trabalhamos o padrão de qualidade da cachaça, ou seja, se você oferece um produto aos clientes e ele foi consumido é preciso que esse produto seja repetido em outros lotes, pois o seu cliente criará uma expectativa em relação a sua marca que precisa ser cumprida.

Quer ter uma marca diferenciada e agradar aos seus clientes?

Assista o vídeo abaixo, onde nosso parceiro Arnaldo do Cana Brasil dá dicas valiosas sobre o assunto:

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